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terça-feira, 12 de maio de 2020

Caos financeiro no Sport é causado por alta dívida em curto prazo

FOTO: AILTON CRUZ

A dívida de R$ 5,7 milhões junto a Fifa pela compra do atacante André está longe de ser o principal problema financeiro do Sport. Além de estar sem receber dos patrocinadores, com três meses de salários atrasados e queda no número de sócios, o clube tem uma dívida a curto prazo de R$ 145.069.261 milhões. São valores que precisam ser pagos dentro do prazo de 12 meses. É a nona maior dívida dentre os clubes da Série A em 2020. O problema cresce ainda mais porque o clube prevê, em seu orçamento, uma receita líquida de R$ 61 milhões. Como cobrir essas contas?
Do montante projetado pelo Rubro-negro, aprovado pelo Conselho Deliberativo ao fim do ano passado, R$ 5,8 milhões viriam com receita de bilheteira. O que, diante do cenário de pandemia provocada pela Covid-19, é impossível. Uma vez que os jogos, quando voltarem, dificilmente terão a presença do público. Além disso, com as sete partidas como mandante que o Leão disputou antes da paralisação, a arrecadação do clube com ingressos somou cerca de R$ 300 mil.
Para efeito de comparação, os quatro clubes que estão logo à frente do Sport no ranking de dívida a curto prazo, ou seja, Santos, Palmeiras, Internacional e Vasco, possuem previsão de receita para esta temporada, no mínimo, duas vezes maior que a do Leão. O Peixe, aponta R$ 249 milhões em seu orçamento, o Alviverde nada menos que R$ 600 milhões, o Colorado R$ 392 milhões e o Cruz-Maltino, que também passa por crise financeira, R$ 154.232.401,00.
Diante de um cenário que beira o colapso financeiro, o Sport tenta negociar parte da dívida a curto prazo, com o objetivo de postergar parte dos pagamentos. Além disso, busca um empréstimo bancário, que o permita quitar as dívidas com a Fifa, oriunda da contratação do atacante André junto ao Sporting-POR, e com o grupo de jogadores, a quem o clube deve salários em 2020.
Quando se observa o recorte de clubes do Nordeste, o Rubro-negro tem mais de R$ 100 milhões em débito a frente das outras três equipes da região que disputam a elite do Brasileiro este ano. O mais próximo no ranking, caso do Bahia, tem R$ 43 milhões a serem quitados em 2020. Mas com uma diferença determinante, o clube prevê uma receita bruta de R$ 179 milhões, valor ainda maior que o registrado no ano passado (R$ 143 milhões). Fortaleza e Ceará, por sua vez, com R$ 11 milhões e R$ 3 milhões respectivamente, estão distantes na lista, aparecendo entre as quatro últimas colocações.
Processos na Justiça do Trabalho preocupam
Com aproximadamente 30 processos trabalhistas, contando apenas com ex-atletas, o Sport teme que a dívida com o atual elenco acarrete em mais problemas na Justiça. Principalmente após Jean Patrick acionar o clube na Justiça, em busca do rompimento do contrato cobrando salários, direitos de imagem e FGTS atrasados.
Ranking das dívidas a curto prazo entre clubes da Série A*
Botafogo - R$ 270.610.000
São Paulo - R$ 262.511.000
Fluminense - R$ 256.855.000
Vasco - R$ 254.884.000
Internacional - R$ 251.398.905
Corinthians - R$ 239 milhões (Clube adiantou dados das demonstrações financeiras, mas ainda não publicou balanço)
Palmeiras - R$ 168.614.000
Santos - R$ 165.717.000
Sport - R$ 145.069.261
Flamengo - R$ 114.660.000
Athletico - R$ 84.971.000
Grêmio - R$ 50.205.000
Bahia - R$ 43.043.000
Fortaleza - R$ 11.775.532,3
Goiás - R$ 5.778.728,21
Atlético-GO - R$ 5.164.368
Ceará - R$ 3.627.626,71
*Balanço do Bragantino não teve parecer de auditoria externa
Atlético-MG e Coritiba não divulgaram balanço no prazo
NM com Gazeta Esportiva

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