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sábado, 24 de junho de 2017

Jeferson cobra do CSA questões financeiras contratuais e dispara: "Fui coagido para deixar o clube"

FOTO: ASCOM CSA

Contratar e demitir são processos corriqueiros no mundo do futebol. A cada temporada, o torcedor, via de regra, tem de se acostumar com a chegada e saída de atletas. A reformulação de toda uma equipe, no entanto, pode ocorrer a qualquer momento, sobretudo quando o time não rende o esperado. Foi assim no CSA, que mandou embora 16 profissionais e mudou, inclusive, sua comissão técnica após o Estadual.
Mas, há quem, no curso da missão, deseja abandonar o barco. Não foi o caso do goleiro Jeferson, cuja passagem pelo clube marcou época. Sem dar espaço para concorrência, o mineiro de 31 anos logo construiu uma relação de confiança e respeito com a torcida, sendo apelidado de "Paredão" devido às boas exibições. Porém, bastou uma falha no primeiro jogo da decisão deste ano contra o CRB - o gol de Neto Baiano segue vivo na memória do ex-jogador azulino - para Jeferson dar adeus ao CSA.
E apesar de ter sido um dos responsáveis pelo acesso à Série C em 2016, Jeferson diz ter deixado o clube com ressentimentos, dando a entender que o episódio envolvendo o atacante Thiago Potiguar - que soltou o verbo após ser desligado na última segunda-feira (19), com dirigente azulino a rebatê-lo - não seria um fato isolado. 
O goleiro disse lamentar a forma com a qual foi dispensado, recordando a trajetória vitoriosa no Azulão e cravando que a derrota por 1x0 para o Galo - quando Jeferson substituiu Mota, suspenso - determinou sua saída. Mesmo entristecido, disse que não encarou a decisão com surpresa porque fora alertado pela própria direção.

Jeferson em ação durante partida contra o Coruripe
FOTO: AILTON CRUZ/GAZETA DE ALAGOAS
"Não tive nenhuma surpresa, já que fui coagido. Um diretor me chamou no Mutange [CT Gustavo Paiva] e disse que, se eu não fosse bem nas finais, meu ciclo no CSA acabaria naquele momento. Fui coagido antes mesmo de entrar em campo. E todo o time tomou conhecimento. Acredito, inclusive, que isso afetou o grupo na decisão. Afinal, todos ficaram apreensivos em relação a possíveis demissões", afirmou Jeferson.
À reportagem, Jeferson disse também que chegou a pedir à diretoria que reconsiderasse sua decisão, mantendo-o no CSA até o final da temporada, em cumprimento ao restante (seis meses) do contrato.

"Pedi para ficar ao menos até o final do ano, para que, ao término da temporada, eu pudesse sair de forma honrosa. Além do mais, restavam apenas quatro jogos para que eu completasse cem pelo clube. Sei que jogador vive bons e maus momentos na profissão e que não podemos viver de emoção no futebol. Vivi grande fase no Azulão e, na primeira situação difícil que enfrentei, mandaram-me embora. Infelizmente, é assim que as coisas acontecem no CSA", desabafou. 

Veja algumas defesas de Jeferson pelo CSA
Goleiro chegou a figurar como ídolo no Mutange
Clube diz não haver pendência com atleta
E Jeferson vai além. Segundo ele, ainda há pendências no destrato, de modo que o jogador segue impossibilitado de defender outro clube. "Minha carteira de trabalho ainda está no CSA e, por isso, ainda não posso jogar em outro time. Propuseram um acordo, mas eu não aceitei por achá-lo injusto", emendou o goleiro que, em Alagoas, também tem passagens por Coruripe, Santa Rita, Sport Atalaia e CRB.
Por conta do impasse, Jeferson já conta com a ajuda de um advogado. Orlando Lins, que o auxilia na tentativa de acordo com o clube, diz que a situação do goleiro é mais comum do que se imagina. 
"No Brasil, o clube acha que deve rescindir o contrato antecipadamente, sem se respeitar a legislação. O CSA fez uma simulação de contrato em que o clube informa na carteira de trabalho um valor bem abaixo daquele que é pago ao atleta. No caso do Jeferson, o clube assumiu um salário de onze mil reais, sendo que na carteira constava apenas dois mil e quinhentos", declarou.

Momento em que Jeferson recebe a notícia de seu desligamento e deixa o CT Gustavo Paiva, no Mutange
FOTO: MÁRCIO CHAGAS

Por meio de sua assessoria de comunicação, o CSA disse não haver qualquer pendência financeira com o jogador, assegurando que a situação com o atleta é regular. 
Sobre a campanha do Azulão na Série C deste ano, Jeferson disse continuar torcendo por mais um acesso, mas se mostrou preocupado com as mudanças no decorrer da competição.
"Estamos acompanhando a vontade de se fazer um bom campeonato e a ambição em torno do acesso para a Série B. A equipe começou bem, mas o mais importante é não querer trocar peças no meio da competição. Estão trocando peças com o carro em movimento, e isso pode prejudicar o CSA. Num campeonato de pontos corridos, é muito importante manter o grupo inicial", analisou.
Caso Thiago Potiguar

Potiguar também deixou CSA de forma conturbada
FOTO: ASCOM CSA
Esta semana, o CSA também se viu envolvido em polêmica ao desligar outro jogador. É que o atacante Thiago Potiguar - que chegou ao clube no início do ano e foi dispensado juntamente com outros três atletas - criticou o técnico Ney da Matta após perder espaço no time titular.
Potiguar também questionou o critério utilizado pela direção azulina, afirmando ter vencido todos os jogos em que atuou como titular na Série C, com a exceção da partida contra o Botafogo, na Paraíba. "O treinador sequer me deu uma satisfação", disse o jogador que, em sua segunda passagem pelo CSA, jogou 21 vezes e marcou apenas 1 gol, pela Copa do Nordeste.
"É chato sair dessa forma. No futebol, as vitórias escondem muita coisa. Mas agradeço à torcida, que questionou a minha saída. E seguirei torcendo pelo Azulão na Série C porque sei que o presidente Rafael Tenório faz de tudo pelo clube", emendou o atleta, cuja declaração logo foi rebatida pelo presidente do Conselho Deliberativo do CSA. 
À imprensa, Raimundo Tavares foi enfático ao dizer que a dispensa de Thiago se deu pela queda de rendimento do atacante que, segundo Tavares, vinha "intercalando treinos e jogos com bebedeira", dando o caso, inclusive, como encerrado no Mutange.
NM com Gazetaweb.com

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